Mercado Espera Aumento Unânime de 0,25 Ponto na Selic para Possíveis Cortes em 2025
set, 19 2024Mercado Antecipando Decisão do Copom
O mercado financeiro tem uma expectativa clara: o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deve decidir de forma unânime por um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic em sua reunião marcada para o dia 18 de setembro de 2024. Se confirmada, a taxa básica de juros passará de 10,5% para 10,75% ao ano.
Essa medida, embora contrária à indicação anterior do Copom que mantinha a taxa em 10,5%, é vista pelos economistas como necessária. O objetivo é não apenas controlar a inflação, mas também preparar o terreno para uma possível série de cortes nas taxas de juros em 2025. Essa estratégia encontra respaldo no governo Lula, que prevê a necessidade de ajustes monetários significativos para garantir a estabilidade econômica.
Credibilidade do Banco Central em Jogo
Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, e Gabriel Galípolo, diretor de Política Econômica e indicado por Lula para sucedê-lo, têm apontado que a inflação tende a descontrolar-se ao final de 2024 e início de 2025. Este cenário, segundo analistas, justifica a necessidade de um aumento na Selic agora, para que o Banco Central mantenha sua credibilidade junto ao mercado e à população.
A eleição de Galípolo para a presidência do Banco Central, prevista para ser confirmada em audiência no Senado em 8 de outubro de 2024, será um teste importante para seu compromisso com uma política econômica técnica e independente. Um aumento na taxa Selic agora poderia reforçar essa imagem de independência e competência técnica, dissociando sua gestão de quaisquer influências políticas.
Repercussões no Mercado e na Economia
Economistas alertam que não aumentar a Selic neste momento poderia comprometer seriamente a comunicação do Banco Central, dificultando suas ações futuras. Uma comunicação eficaz é vital para assegurar que as expectativas do mercado estejam alinhadas com as políticas do Banco Central, especialmente em um período de incerteza econômica.
Além disso, um aumento agora poderia preparar o cenário para possíveis cortes em 2025, o que muitos veem como uma evolução natural da política monetária. Analistas acreditam que essa estratégia de política monetária vem sendo sinalizada por Campos Neto e Galípolo, apontando para a necessidade de ajustes para estabilizar a inflação e fomentar o crescimento econômico.
A expectativa é que a comunicação pós-decisão do Copom traga mais clareza sobre possíveis ajustes futuros nas taxas de juros. As reuniões agendadas para novembro e dezembro de 2024 serão cruciais para observarmos os próximos passos da política monetária do Banco Central.
Suporte Político
O presidente Lula deixou claro que apoia aumentos na taxa Selic se considerados necessários pela equipe econômica. Essa posição de Lula é vista como um respaldo importante para as decisões técnicas do Banco Central, reforçando a mensagem de independência e comprometimento com a estabilidade econômica do país.
A credibilidade do Banco Central em controlar a inflação e manter a estabilidade econômica é fundamental para o Brasil, especialmente em um cenário global de incertezas. O compromisso com uma política monetária técnica e eficaz é essencial para garantir que a economia brasileira continue a crescer de forma sustentável.
À medida que se aproximam as datas das próximas reuniões do Copom, a atenção do mercado continuará voltada para a comunicação e as decisões do Banco Central, que terão um papel crucial em moldar o futuro econômico do Brasil.