Casemiro critica ‘apagão’ da Seleção após derrota do Brasil ao Japão

Quando Casemiro, capitão da Seleção Brasileira e volante do Manchester United, admitiu um "apagão" no segundo tempo, o mundo do futebol sentiu o peso da frase. O comentário, concedido à Globo Esporte em 14 de outubro de 2025, vem logo após o Brasil perder por 3 a 2 para o Japão em um amistoso histórico no Tokyo Stadium, Tóquio.

Contexto histórico entre Brasil e Japão

Antes daquele dia, a Seleção Brasileira carregava um recorde de 10 vitórias, 0 empates e 3 derrotas contra o Japão desde o primeiro encontro em 1991. A maior goleada ficou marcada em 2014, nas quartas de final da Copa do Mundo no Brasil, quando a equipe sul‑americana venceu por 4 a 0 em Brasília. Assim, o triunfo japonês em 14 de outubro – a primeira vitória em 14 confrontos – quebrou um tabu que durava quase três décadas.

Detalhes da partida

O Amistoso Brasil x JapãoTokyo Stadium começou com a Seleção Canarinho dominando. Paulo Henrique abriu o placar aos 28 minutos, e, pouco depois, Gabriel Martinelli ampliou aos 39, levando o Brasil a um confortável 2 a 0 no intervalo. No entanto, o segundo tempo foi um verdadeiro filme de suspense.

Logo aos 52 minutos, o atacante Takumi Minamino recebeu um passe impreciso de Fabricio Bruno, esqueceu‑se da marcação e chutou de 12 metros, empurrando a bola para o fundo da rede. Pouco depois, aos 61, o próprio Bruno tentou limpar a bola e acabou marcando contra, ampliando o placar para 2 a 2. O terceiro gol veio nos momentos finais: Junya Ito cobrou escanteio perfeito aos 71 minutos, e Ayase Ueda cabeceou firme, vencendo o zagueiro Lucas Beraldo.

O estádio, com capacidade para 49.970 espectadores, esteve lotado – 48.868 ingressos foram vendidos. O público sentiu a vibração de um marco: a primeira vitória do Japão sobre o Brasil.

Reações de Casemiro e demais protagonistas

Em entrevista à TV, Casemiro descreveu o segundo tempo como "um blackout de toda a equipe". "No nível mais alto, se você dorme um período inteiro pode custar uma Copa do Mundo, uma Copa América, até uma medalha olímpica", alertou o capitão de 33 anos, nascido em São José dos Campos, São Paulo. Ele ainda elogiou a postura dos japoneses, mas sublinhou que a autoconfiança brasileira precisa ser reconduzida à realidade.

O técnico do Japão, Hajime Moriyasu, celebrou a vitória como "um passo importante para o futuro da nossa seleção", destacando a disciplina tática que desarmou o ataque brasileiro nos minutos finais.

Já o treinador da Seleção Brasileira, Rúben Amorim, reconheceu a necessidade de ajustes defensivos, mas evitou apontar culpados individuais, preferindo focar no preparo para as próximas eliminatórias.

Implicações contratuais para Casemiro no Manchester United

Enquanto o público assistia ao drama em Tóquio, a negociação de contrato de Casemiro com o Manchester United ganhava novos contornos. O clube, sob a direção do grupo INEOS representado por Sir Jim Ratcliffe, estabeleceu prazo até 31 de dezembro de 2025 para decidir sobre uma extensão.

Segundo análise da EPL Index, o vínculo atual paga ao brasileiro £350.000 por semana (cerca de £18,2 mi ao ano). Para que o contrato seja renovado, o jogador teria que aceitar uma redução de, no mínimo, 30%, ou seja, £245.000 semanais (£12,74 mi anuais). A proposta surge num contexto em que 68,7 % da torcida do United acredita que o clube deve priorizar a renovação de jogadores mais jovens, segundo pesquisa de outubro.

Se o acordo não prosperar, Casemiro poderá negociar livremente a partir de 1º de janeiro de 2026. Rumores apontam interesse de clubes sauditas – Al‑Nassr FC e Al‑Hilal SFC – que já enviaram consultas preliminares.

Próximos desafios da Seleção para o Mundial 2026

O próximo compromisso oficial do Brasil será a partida de classificação para a Copa do Mundo contra a Colômbia, marcada para 15 de novembro de 2025, em Barranquilla. A vitória contra o Japão, ainda que perdida, servirá de alerta para a comissão técnica: o “apagão” identificado por Casemiro precisa ser corrigido antes do período decisivo.

Especialistas da CBF acreditam que a defesa central – ainda dependente de Lucas Beraldo e outros jovens – terá papel crucial. O futuro imediato de Casemiro na seleção, porém, permanece assegurado; ele ainda será convocado para as próximas partidas, independentemente da situação contratual no clube.

Conclusão

O amistoso Brasil‑Japão ficará na memória como o dia em que o gigante sul‑americano foi surpreendido por um Japão disciplinado e faminto por história. Para Casemiro, o episódio traz duas lições: a necessidade de manter o nível de concentração por 90 minutos e a urgência de decidir seu futuro profissional antes que a idade pese demais nas negociações. O que parece certo é que o próximo capítulo – seja nos gramados de Barranquilla ou nos campos da Premier League – será escrito sob o olhar atento de milhares de torcedores que já sentem o peso daquele “apagão”.