A Fazenda 17 estreia com 26 peões: quem está no elenco e o que esperar da temporada

A Fazenda 17 estreia com 26 peões: quem está no elenco e o que esperar da temporada set, 16 2025

Casa cheia, mira no engajamento e promessa de faísca. Assim começou a A Fazenda 17, que estreou nesta segunda-feira, 15 de setembro de 2025, na Record TV. São 26 peões reunidos no interior, numa mistura calculada de ex-BBBs, influenciadores gigantes, nomes da música, figuras polêmicas e até campeão do mundo. Adriane Galisteu retorna ao comando pelo quarto ano seguido, já afiada para segurar prova, treta e surpresa ao vivo.

O desenho do elenco não veio por acaso. A emissora trabalhou com antecedência, fechou a maior parte dos nomes antes da estreia e deixou vazar o suficiente para aquecer a conversa nas redes. O objetivo é claro: colocar na mesma casa quem mobiliza fandoms diferentes e quem, por histórico, não leva desaforo para a baia. Tem veterano de reality, tem novato que sabe jogar para a câmera, tem gente que chega com torcida pronta.

Quem está na disputa

Entre os 26 confirmados, alguns nomes já chegam com holofote próprio. O campeão do BBB 24, Davi Brito, é um deles. A presença de um vencedor recente aumenta a expectativa por embates estratégicos e puxa audiência. Ao lado dele, atores, jornalistas de entretenimento, criadores de conteúdo e atletas compõem um grupo desenhado para o conflito — e para a viralização.

  • Davi Brito (campeão do BBB 24): entra com forte reconhecimento, base de fãs organizada e experiência de convivência sob pressão. Deve atrair aliados e opositores rapidamente.
  • Rafael Cardoso (ator): presença polêmica, frequentemente no noticiário por confusões fora da tela. Perfil que costuma dividir a casa e a opinião do público.
  • Alexandre Frota (ator e ex-deputado): veterano de realities e velho conhecido dos bastidores. Traz bagagem de jogo e posicionamento direto.
  • MC Guimê (cantor): volta ao gênero sob expectativa e cobrança. A trajetória recente promete testes de popularidade e de imagem.
  • Sarah Andrade (ex-BBB): figura estratégica, com leitura de jogo refinada e bom trânsito entre grupos.
  • Camila Loures (youtuber): uma das maiores criadoras do país. Carrega audiência jovem, humor e senso de autopromoção — ingredientes típicos de sobrevivência no formato.
  • Gustavo Rocha (influenciador): mais de 11 milhões de seguidores, histórico de relacionamentos expostos e entrada declarado como solteiro. Bom termômetro para shippagens e ciúmes.
  • Fefito (jornalista de entretenimento): conhece os bastidores, lê comportamento e sabe onde estão os gatilhos que rendem pauta e VT.
  • Rayane Figliuzzi (modelo): namorada do cantor Belo, chega com atenção da imprensa de celebridades e chance de virar ponte entre grupos.
  • Juju Salimeni (modelo e apresentadora): veterana de TV, disciplinada, intensa em prova física e com fanbase fiel.
  • Yarley (influenciador): humor ácido, timing para cortes virais e jogo de alianças no radar.
  • Arthur Urach (influenciador): filho de Andressa Urach, leva o sobrenome para a arena e a curiosidade do público para o enredo pessoal.
  • Edilson "Capetinha" (ex-jogador, campeão mundial em 2002): fala franca, histórico de rixas públicas e competitividade acima da média. Deve acirrar provas e debates.
  • Angélica Ramos (ex-reality): articulada, experiente em convivência sob regra e com discurso forte.
  • Fernando Sampaio (ator): perfil de novela, presença discreta à primeira vista, mas com potencial para surpreender em provas.
  • Pepita (cantora): carisma, presença de palco e posicionamento claro. Tende a ser agregadora e termômetro de climas na casa.
  • Fabiano Moraes (empresário/figura pública): perfil de bastidor, olhar estratégico para afinidades por interesse e jogo silencioso.
  • Tamires Assis (influenciadora): boa de rede, antenada em narrativa e corte de edição — entra sabendo o que rende.

Além deles, nomes de bastidor e outras figuras de mídia completam a lista até chegar aos 26 peões. A Record mirou volume de histórias cruzadas e perfis que raramente dividem o mesmo espaço: reality veterans, canceláveis de ocasião, artistas com vida pública exposta e creators que vivem de engajamento. O resultado é uma casa com torcida segmentada e pronta para o embate nas hashtags.

Do lado de fora, houve convites recusados. Karin Hils ficou no radar, mas não entrou. MC Melody foi especulada por meses e, no fim, disse não. Isso mostra o tamanho da rede lançada para compor o grupo e como a emissora buscou diferentes canais de audiência.

Entre as primeiras leituras de jogo, a aposta é que Davi tende a virar alvo cedo (por ser favorito) e, ao mesmo tempo, buscar proteção em alianças. Frota e Edilson prometem embates verbais de alto impacto. Camila Loures e Gustavo Rocha devem dominar a pauta digital com quadros, memes e bordões. Juju leva vantagem nas provas que cobram força e foco. Fefito, por sua vez, chega com radar ligado para leitura de comportamento e efeito de narrativa.

O que muda (e o que segue igual)

O que muda (e o que segue igual)

O formato que o público conhece segue no centro: convivência rural com tarefas diárias, animais para cuidar, divisão de funções, provas de resistência e habilidade, liderança rotativa e a roça semanal definindo quem fica e quem sai. O Fazendeiro continua como peça-chave: manda, imuniza, indica e mexe na estratégia geral. A votação do público segue como martelo final.

Na prática, o que pesa é a gestão de rotina. Acordar cedo por causa de animal, cumprir tarefa, encarar punição por vacilo com microfone, tudo isso desgasta rápido. E é nesse desgaste que os temperamentos aparecem de verdade. A edição explora a escalada: da implicância ao conflito aberto, do conflito ao paredão rural — a famosa roça — e da roça para a campanha nas redes.

Por falar em redes, a temporada começa com times de mutirão já aquecidos. Fandom de ex-BBB é organizado e competitivo, e isso costuma mexer no jogo quando sobram dois favoritos na mesma roça. Influenciadores jogam com repertório de vídeos curtos, lives e frases de efeito. Artistas mais tradicionais focam na performance, no carisma e nas relações dentro da casa. Há choque de culturas de internet, e isso rende.

Outra força está no jogo físico. Provas parecem simples, mas cobram força, ritmo e cabeça fria. Quem perde o controle vira alvo de edição. Quem surpreende, muda o status de figurante para protagonista em uma noite. Por isso, nomes como Juju e Edilson tendem a aparecer no começo, enquanto perfis mais quietos despontam quando o convívio começa a pesar.

Adriane Galisteu volta confiante. O jeito direto para cortar briga, ouvir os dois lados e dar o enquadramento do jogo tem funcionado. Quando a casa ferve, a apresentação segura a live e mantém a narrativa clara para quem pega a temporada do meio do caminho.

No pacote de produção, a estrutura segue robusta: edição diária, momentos ao vivo para prova e roça, e janela de transmissão contínua no streaming da emissora. A mecânica de votação permanece aberta ao público, com maratona de votos que, não raro, decide por décimos em roças acirradas.

Do ponto de vista de estratégia, três linhas devem guiar o começo da temporada:

  • Proteção de favoritos: quem chega grande tenta baixar a bola nas primeiras semanas para não virar alvo óbvio.
  • Controle de narrativa: creators e jornalistas correm por fora, oferecendo entretenimento e leitura de jogo nos VTs.
  • Blocos por afinidade: grupos se formam por rotina e tarefa, e não só por amizade. Quem coordena as funções ganha poder silencioso.

Há também os arcos de redenção e de ruptura, sempre presentes. MC Guimê testa como o público lê sua nova fase. Rafael Cardoso mede a paciência da casa e da audiência. Arthur Urach lida com o peso do sobrenome e a chance de construir sua própria história. Pepita e Angélica têm cancha para virar lideranças de convivência, papel que costuma render longevidade.

E, claro, tem o choque de gerações. Edilson joga sob a lógica do vestiário: hierarquia, lealdade e intensidade na competição. Influenciadores operam na lógica do feed: precisam render assunto e imagem. Quando esses mundos colidem numa cozinha às 7h, sai situação antológica — e VT de abertura.

A emissora também calibra a temporada para ter assunto fora da TV. O elenco foi pensado para rodar nos aplicativos, em recortes de 30 segundos. Não é só treta: são pequenos momentos de humor, falas de efeito, duplas improváveis, dança na hora errada, gafe com bicho. É o tipo de cena que derrama a Fazenda para além do horário de exibição e pesca audiência de volta no dia seguinte.

Para quem gosta de acompanhar em modo maratona, a dica é observar três momentos-chave da semana: a prova que define o Fazendeiro (mexe no tabuleiro inteiro), a formação da roça (escancara alianças e ranços) e a eliminação (que ressignifica todo mundo que fica). Entre esses três pontos, a rotina desenha a temporada.

No termômetro do risco, quem chega com grande torcida vira mira, mas também tem rede de proteção. Quem chega discreto pode atravessar semanas no radar baixo e crescer no meio do jogo. E sempre tem o "fator imprevisível": uma fala mal colocada, uma punição coletiva, uma prova que vira trauma. É aí que um coadjuvante vira protagonista.

O recado inicial da produção foi claro: elenco diverso, ritmado e com choque de mundos. A fórmula não é novidade, mas o tabuleiro, sim. A cada temporada, muda a cultura de internet, mudam as regras não escritas de convivência, muda a régua de tolerância do público. Com 26 pessoas sob o mesmo teto rural, a chance de história boa é alta. Agora é ver quem entende o jogo antes dos outros — e quem paga para ver.